dunas de atins nos lençóis maranhenses com por do sol ao fundo
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Quanto custa chegar em Atins, nos Lençóis Maranhenses?

O caminho para Atins é longo. Aqui você vai descobrir quais as opções e quanto custa chegar!

Atins é umas das três bases para conhecer os Lençóis Maranhenses e a que tem o acesso um pouco mais difícil, já que não há estradas que cheguem até lá. As cidades de Barreirinhas e Santo Amaro contam com estradas asfaltadas em todo o trajeto, dispensando o uso de veículo 4×4 para chegar até elas.

É possível ir direto do aeroporto de São Luís ou usar a capital do Maranhão para um pit stop antes de seguir viagem.

Se você vem da região Sudeste, os voos de ida e volta até SLZ custam em média mil reais na baixa temporada, podendo passar de dois mil reais em feriados e férias. Usando estratégias de emissão com milhas pode sair por um terço deste valor ou menos.

Chegando no aeroporto, as opções para seguir até a parada intermediária, que é a cidade de Barreirinhas, por via terrestre são:

onibus de turismo
O ônibus que vai para Barreirinhas é a alternativa mais barata e tem conforto. Foto: Divulgação

– Ônibus da Viação Cisne Branco – os ônibus partem da rodoviária de São Luís, que está a cinco minutos do aeroporto. São quatro frequencias diárias, exceto aos sábados e domingos quando a quantidade de ônibus é reduzida. É a opção mais barata, custando R$60,00 o trecho de cinco horas de viagem direto. O bilhete é por QR Code, não é necessário imprimir.

– Vans compartilhadas – as vans passam nos hotéis em São Luís ou no aeroporto pegando os passageiros – costumam ter saída às 4h, às 7h, às 14h e às 17h. O valor varia de R$90,00 a R$120,00 o trecho, dependendo se vai fechar direto com a companhia que faz o trajeto ou se através de agência com pacote. Há relatos de que as vans não são muito confortáveis e se você procurar avaliações na internet vai ler inúmeras reclamações de estado de conservação dos veículos, casos de pneus furados ou vans enguiçadas no meio do caminho. Vale somente pela conveniência de buscar no seu ponto de partida, sem precisar do deslocamento até a rodoviária.

– Transfer privativo – em carro sedan com motorista para até três pessoas custa em média R$1.200,00 ida e volta. Sem dúvida a melhor opção pelo conforto e praticidade. Em todas as pesquisas feitas com fornecedores de transfer, constatei que não há – ou se houver é raridade – transporte tipo executivo com carros de luxo. A maioria dos transfers privados é feita com automóveis modelo HB20, Duster ou similares. Indico 100% o motorista Ellywood (entre em contato com ele no link ao final do artigo). Carro novinho, muito simpático e profissional.

Primeira parte da aventura cumprida até a avenida beira rio de Barreirinhas, é hora de pegar o transporte fluvial pelo Rio Preguiças. Nessa etapa, as opções disponíveis são:

– Voadeira compartilhada – trajeto de uma hora dividindo a lancha com outros passageiros. A média de preço é de R$80,00 reais por pessoa o trecho da ida ou da volta. Há uma enorme quantidade de lanchas que faz este transfer. São diversas as empresas e os horários de todas são praticamente os mesmos por conta das variações de maré – um horário pela manhã e um próximo à hora do almoço. Na alta temporada costuma ter mais um horário no início da tarde. É possível contratar com antecedência através de uma agência ou pelas próprias companhias que fazem o transporte. Algumas pessoas contratam e pagam direto no cais, porém na alta temporada há risco de não haver mais lugar. É possível levar uma mala pequena por pessoa ou uma maior caso seja uma mala para dois ou para três.

Na ida pegamos a lancha das 12h30 da Satur e não houve intercorrências. Em uma hora e quinze estávamos chegando em Atins. Do porto, o carro 4×4 incluído já no “bilhete” nos levou até a pousada. As pousadas melhores oferecem também o serviço de pegar e levar no porto gratuitamente.

As voadeiras compartilhadas servem também como meio de transporte para a população local, não apenas para os turistas. É comum embarcar com pessoas que vieram fazer compras ou trabalhar em Barreirinhas. Se for procurar avaliações do serviço das empresas de lancha na internet, todas são péssimas: reclamações de horários não cumpridos, reservas não efetuadas e outras coisas do gênero. Recomendo confirmar cinquenta mil vezes cada trecho do seu transfer, como eu fiz antes de viajar.

van de passageiros branca
Vans compartilhadas que fazem o transfer saindo de hotéis e do aeroporto de São Luís. Foto: reprodução Google

– Lancha privativa – oferecida pelas pousadas mais sofisticadas ou pelas próprias agências locais. Na voadeira o custo de um transfer privativo é a partir de R$700,00 o trecho para até quatro pessoas e na lancha Confort  R$1.300,00. Neste caso, nós achamos a diferença de preço muito grande para o que é oferecido (as lanchas são as mesmas praticamente, exceto se for na Confort – bem mais cara) e resolvemos pegar a compartilhada. Talvez em uma próxima viagem eu repense esta decisão.

– Passeio compartilhado – outra forma de chegar é pegando um passeio pelo Rio Preguiças onde, em vez de retornar a Barreirinhas no final do dia, o piloto deixa em Atins. Eu só recomendo esse trajeto se a pessoa já estiver em Barreirinhas por alguns dias e de lá parta para Atins pois ele dura cerca de seis horas. Assim, já aproveita o dia do deslocamento para fazer o passeio pelo rio, que tem paradas na comunidade de Vassouras (onde há pequenas dunas e macacos capuchinhos na praia), em Mandacaru (onde há o farol da Marinha e lojas de artesanato) e no Caburé (vila de pescadores, sem luz elétrica, onde o rio encontra o mar). Este passeio custa a partir de R$100,00 por pessoa, podendo chegar a R$200,00. Se você estiver chegando direto da estrada, fuja dele pois será bem cansativo após quatro horas de viagem.

porto da cidade de barreirinhas no maranhão com pier de madeira e dezenas de lanchas estacionadas ao longo do Rio Preguiças
Dezenas de lanchas estacionam no cais de Barreirinhas para levar passageiros até Atins e para fazer passeios

Existe uma forma de se chegar a Atins por terra, que dizem ser a mais em conta, porém foi uma opção que nem cogitamos fazer pesquisa de preços. No caso, você precisa pegar em Barreirinhas uma das jardineiras 4×4 que fazem os passeios na região e ir literalmente saculejando por duas horas dentro do Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses. A coluna não agradece essa brincadeira. Além de ser mais demorado também.

Algumas agências oferecem a opção de sair de São Luís já em uma Hilux 4×4 cabine dupla (até 4 passageiros) e ir direto para Atins no mesmo veículo. Esta opção custa R$1.800,00 por trecho e leva 6 horas entre São Luís e Atins totalmente por via terrestre (asfalto e areia), com uma travessia do carro em balsa já perto dos Lençóis.

De uma tacada só pode ficar extremamente cansativo fazer este deslocamento. Vamos considerar cinco horas de voo (essa é a média saindo do Rio), mais quatro horas de estrada e uma hora de barco. Sem contar as paradas intermediárias que sempre são necessárias.

Por isso é sempre bom pelo menos um dia em São Luís para, digamos, aclimatar.

Há opções de transporte para todos os bolsos. Com planejamento você consegue chegar a Atins sem estourar o orçamento e com o nível de conforto que for o ideal para você.

Quais seriam as suas escolhas?

Preços levantados para viagem em julho de 2023

Vem ver o vídeo que fizemos no Instagram sobre a chegada em Atins.

Perrengue nada chique: 

embaruqe na lancha em Atins, pessoas na praia carrehando bagagens
Este é o porto de Atins. A maioria das lanchas não consegue chegar na margem, então é preciso caminhar até elas.

Na volta de Atins, por conta do horário escolhido para o retorno, pegamos a lancha voadeira compartilhada das 14h com a companhia Alternativa Turismo.

Éramos aproximadamente 15 pessoas na lancha, quando, já embarcados e com a lancha em movimento, o piloto avisou que não iríamos para Barreirinhas e sim para Caburé trocar de lancha. Bom, a essa altura você vai discordar como, não é?

Chegando em Caburé ele começou a dividir os passageiros entre as lanchas lá paradas. Movimenta mala daqui e dali, salta todo mundo et cetera. Na lancha que nos foi designada, um piloto falou pro outro que estava com pouca gasolina, mas o outro disse: “pode ir que dá sim.” A lancha já estava cheia de passageiros e fomos os últimos a entrar.

Então, qual não foi a surpresa quando, em vez de subir o rio na direção de Barreirinhas, o piloto voltou para a direção de Atins e estacionou no porto de Mandacaru sem nada avisar. As outras famílias que estavam na lancha contaram que ficaram parados lá em Caburé por aproximadamente uma hora – achavam que o piloto já havia pego gasolina pois ele vinha desde cedo reclamando que estava acabando. Lá ficamos sem notícias pode contar meia hora mais ou menos. Outras lanchas paravam e perguntavam se estava tudo bem, ninguém sabia do piloto.

Quando voltou, trouxe um galão de gasolina e continuou a viagem. No meio do rio, parou duas vezes para checar a bomba do motor porque as outras lanchas passavam por nós e avisavam a ele que estava entrando água. Quem conhece o Rio Preguiças sabe que não é um riacho qualquer, é um rio largo e fundo e que nas margens só há “civilização” quando já estamos chegando em Barreirinhas. A terceira parada, praticamente à deriva, foi para colocar gasolina porque nessa hora já tinha acabado mesmo!

Uma viagem de uma hora virou um “passeio” de mais de duas horas. Nós tínhamos transfer agendado para São Luís naquela mesma tarde. A sorte que era privativo porque se fosse na van compartilhada ou no ônibus já teria sido perdido. Uma grande irresponsabilidade da companhia e falta de organização. Na chegada ao cais em Barreirinhas vieram cobrar passagens que já haviam sido pagas, não sabiam quais passageiros tinham vindo em qual lancha, estava um caos.

Quando você for aos Lençóis já pode colocar a Alternativa Turismo na sua lista negra, pois eu já coloquei na minha.

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