Overtourism: o lado nada bacana do turismo

Nos  últimos anos o turismo explodiu pelo mundo. Se por um lado é ótimo que cada vez mais pessoas tenham acesso a novos lugares e culturas, por outro a lotação diária de alguns destinos tem causado grande impacto ambiental, político, financeiro e no dia a dia de moradores.

Algumas cidades como Paris, Nova York, Roma e Amsterdã sempre tiveram uma grande procura. Mas alguns destinos entram na moda e passam a ser disputados: Maldivas, São Miguel dos Milagres, Caraíva, e mais recentemente Alter do Chão, são alguns dos exemplos.

Lembro ter ficado encantada com a beleza da Capela Sistina, mas não ter conseguido fazer uma oração porque havia uma fila gigante de turistas esperando. Os próprios guardas gritavam para ninguém parar, o falatório e barulho de máquinas fotográficas e celulares impedia qualquer momento mais transcendental.

Conseguir assistir ao pôr-do-Sol de Santorini pode ser muito disputado.

Jogar moedas na Fontana di Trevi requer muito malabarismo.

Já sai de perto constrangida, de uma turista brasileira aos berros fazendo chamada de vídeo dentro da Macy´s em Nova York mostrando relógios para alguém.

Na newsletter 54 da The Summer Hunt, eles apontaram os seguintes dados: “Um dos exemplos mais famosos é o de Veneza, onde negócios locais como padeiros e floriculturas fecharam as portas porque não conseguiam competir com lojas de grandes marcas internacionais. Todo um ecossistema voltado para os turistas também fez com que o número de residentes da cidade caísse pela metade em quatro décadas.”

Você vai a Itália para tomar café no Starbucks? Tá, eu confesso que sempre vou ao McDonald´s em todos os lugares que eu vá, mas eu adoro ver os cardápios com coisas locais que não tem em outros.

As cidades tentam reagir.  Veneza tem restringido o número de cruzeiros que só passam um dia na cidade, Amsterdã decretou o fim do consumo de maconha nas ruas recentemente e várias cidades italianas estão criando taxas visando diminuir o turismo de massa.

Como conhecer destinos disputados sem passar por muitos perrengues?

Com muito planejamento.

Não ir em alta temporada, comprando ingressos para as atrações com antecedência (na maioria as filas são bem menores ou inexistentes para quem já tem ingresso), indo em horários alternativos (Veneza no final da tarde depois que os cruzeiros vão embora, parece outra cidade).

Além disso, tente não fazer um roteiro tão óbvio.

Uma das piores massas que já comi foi em um restaurante bem turístico na frente do Vaticano, parecia ter sido esquentada no micro-ondas.

Se você andar umas ruas mais para dentro vai descobrir restaurantes menores, comércio local, onde realmente poderá provar a culinária de mais qualidade, e, provavelmente, muito mais barata.

Aliás, na Itália quanto mais simples, escondido e caseiro, melhor é o restaurante.

Ser um turista consciente, cuidar do próprio lixo, respeitar as tradições locais, templos religiosos também está no pacote.

No mais, que tal conhecer novos destinos? Além das Maldivas, Zanzibar tem praias lindíssimas, com hospedagens de luxo. A Albânia é um sítio arqueológico com castelos e praias muito menos disputadas que as da Croácia.

A Bahia ainda tem lugares de praias lindas pouco badaladas como Cumuruxatiba. Domingos Martins no Espírito Santo é uma região montanhosa para quem curte sossego, natureza, ar puro e paisagens de tirar o fôlego.

Leia nosso post no Instagram dando dicas de como fugir do turismo de massa.

Quer planejar melhor suas viagens? Fale com a gente!

Fotos: reprodução News.com.au e BBC.com